sábado, 17 de abril de 2010

blá, blá, blá com o passado e Shakespeare

... esta semana, o Passado (que veste um par de calças) me abordou (devo lembrar que o "Passado" já foi identificado neste blog como "Vampiro"). E o Passado, falou comigo, numa nova tentativa de resgatar a sua história e, como sempre, me culpar por ela. Para não ser diferente, eu, conversei com o passado e tentei culpá-lo por sua história. Discutir o passado com o Passado, chega ser uma ação burra... Mas, pela milionésima vez disse para o Passado "eu tentei, eu fiz de tudo, blá, blá, blá, blá, blá, blá" e o Passado disse "blá, blá, blá, blá, blá, blá"... E como sempre o diálogo com o Passado mexeu. As vezes penso que o Passado quer voltar a ser presente, ou pelo menos, ter a garantia de que pode voltar a ser presente quando bem quiser.. mas e o futuro? (não toque no assunto de futuro com o Passado!). E eu, em minha loucura, as vezes também desejo que o Passado volte a ser presente, todavia lembro de como foi o Passado e penso no futuro. O Passado já ensinou o que é, como é, o que faz. E um passado ruim não vale a pena reviver. Tenho a convicção de que a conversa com o Passado nunca me faz bem, afinal de contas, o Passado é passado...passou. E com o "blá, blá, blá" do Passado, fiquei me sentindo culpada, como sempre. E o meu "blá, blá, blá" não o sensibilizou o Passado, como sempre. Então, a conversa com o Passado pesou. Depois disso segui para a rota presente e viajei para São Paulo, chegando lá, ao ler o texto para aula, me deparei com um pensamento fenomenal. Um pensamento que deu sentido a todo o "blá, blá, blá". Um pensamento que sintetizou toda a dor que vivi no/com o (p)Passado. Derrepente, na obra "O Capital" de Karl Marx, encontro uma nota de rodapé: "O CURSO DO VERDADEIRO AMOR NUNCA É SUAVE" (Shakespeare)... Fiquei repetindo para mim mesma: "o curso do verdadeiro amor nunca é suave"; "o curso do verdadeiro amor nunca é suave"; "o curso do verdadeiro amor nunca é suave"; intercalando com as lembranças do "blá, blá, blá" que tive com o Passado.
"o curso do verdadeiro amor nunca é suave";
"blá, blá, blá"
"o curso do verdadeiro amor nunca é suave";
"blá, blá, blá"...
E assim segui o dia...
Então, saquei que no "blá, blá, blá" com o Passado, ninguém tem a razão que queria ter, nem eu, nem o Passado, pois, "o curso do verdadeiro amor nunca é suave" e Shakespeare tem razão, ao falar da emoção. E ainda bem que a vida é histórica e dialética... sem reviver passado, sim considerar história!

Nenhum comentário: