quarta-feira, 1 de março de 2017

velando o amor no carnaval

Nem é quarta-feira de cinzas, mesmo assim estou velando o nosso amor. O amor que estava velho, a deriva em um barco a vela. Os sopros, cada um para seu lado. O velho amor que não era mais nosso, mas sim de cada um à sua maneira. O momento que revela que o amor estava velho, cansado, distante, perdido, que mesmo a vela do barco não poderia conduzir. Com ventos opostos impossível resistir sem afundar. Velar o amor no carnaval é assumir que resta pouca alegria, pouca cor, pouca risada, pouco prazer, pouca carne, pouca alma. Ventos e caminhos opostos, mas que terão que se convergir na estrada rumo ao filho, que precisa de caminho. Sim, velo o nosso amor que estava velho. Mas olho para frente, para a estrada, para o mar, para o barco a deriva e penso que os ventos podem se somar quando cada um for feliz e puder transportar ventos fortes e livres para que o filho possa navegar e caminhar a passos firmes. Andrea Rocha 28/02/2017, dia de carnaval mais triste de minha vida.

Um comentário:

Renata disse...

Mas todo carnaval tem seu fim, né, Marcelo Camelo?
Que o velar, neste momento, seja sinônimo de trazer à luz a alma de um ao outro.