sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Angustias e alegrias da espera... (parte 1 - espera da gravidez)

Quero falar um pouco da espera. De uma espera que revoluciona para sempre a vida humana: a espera de um filho. Essa espera vem repleta de angustias e alegrias, antes mesmo da gravidez. Relatarei sobre a espera do meu ponto de vista, de minha vivência, de minhas sensações. Antes mesmo do sinal de “positivo”, a espera já era angustiante... Muito planejamento, ovulação, posição, horário, alimentação, lua. E, depois de alguns dias, o sinal que sempre me fez “mulher” chegava: a menstruação. E a tristeza angustiante vinha acompanhada da esperança. Quando decidimos engravidar estávamos morando fora do Brasil, eu em Madrid e Zé Francisco em Lisboa. A ponte área Espanha – Portugal foi constante. E os encontros eram organizados para os dias da ovulação... A primeira tentativa foi em um Hostel em Amsterdam, tudo muito romântico... Mas, logo depois veio a primeira frustração, seguida de outras. Quando voltei para o Brasil, em janeiro de 2012, fui correndo em um médico para verificar se havia algum problema: nada! Em fevereiro fiz um ultrassom justamente no dia da ovulação, vi o óvulo lá e o médico disse: ele esta aí, se pegar te vejo em um mês. Não “pegou”, mas o que pegou foi a tristeza e o desânimo, já eram 5 meses de tentativa. Depois disso, começamos a desanimar, mas, como mulher disposta a ter um filho, permaneci atenta as ovulações... Até que observei que a ovulação de maio caia justamente na virada de lua crescente para lua cheia. Namoramos e neste mesmo dia viajei 12 horas de busão para Franca, para ter orientação do doutorado. Fiz tudo que não fazia nas outras tentativas, ou seja, me movimentei, comi mal, sei-lá, tudo que eu pensava que poderia prejudicar o processo de fecundação/nidação... Até que no dia 10/06, a menstruação não veio. No dia 11/06, fiz um jantar romântico para comemorarmos do dia dos namorados antecipado, pois no dia seguinte o Zé Francisco viajaria para São Paulo para também ter orientações do doutorado. Fiz carne seca na moranga. Enfeitei a mesa com velas. Coloquei músicas românticas ao fundo e tomamos nosso pileque com bons vinhos. No outro dia de manhã ele viajou. Fui até o aeroporto levá-lo, já angustiada com a possibilidade da gravidez e com o medo da frustração. Ao chegar em casa comecei aplicar tecidos em uma cômoda que deixamos na sala, fiz artesanato, enfeitei o móvel com tecido azul de florzinhas. Fiz os assentos da cadeira com o mesmo tecido. Mas o pensamento na possibilidade da gravidez me invadia a mente e a alma. Então fucei na internet sobre testes caseiros... Fiz todos e todos deram positivo, mas ainda estava sem coragem para fazer o teste de farmácia e constatar mais um “não”. No dia seguinte fui na aula de Yôga, ao chegar na aula a primeira coisa que a professora/amiga Nara falou foi: estou grávida. Entendi como um sinal e disse para ela: eu desconfio que também estou. Ela me estimulou a fazer exame de farmácia. Fiz, deu uma lista escura e uma clara. Desanimei, mas a Nara disse por telefone: é positivo. Eu disse, acho que não. E claro que ela me convenceu a fazer o exame de sangue. Fiz e no mesmo dia tive a resposta: POSITIVO. Essa resposta veio em um dia interessante, dia 13/06, no dia de Santo Antonio. Foram exatamente 9 meses de espera para a gravidez e, por mais que pareça piegas, a gravidez aconteceu no momento certo. A angustia deu lugar para alegria. Não falei nada para o futuro papai por telefone. Porém, coincidentemente minha família viria para Londrina naquele fim de semana. Logo falei para minha mãe sobre a gravidez, e a vinda se transformou em uma comemoração... Na sexta-feira o Zé Francisco chegou, fui encontra-lo no aeroporto com um presente muito especial.... Para explicar isso terei que voltar um pouco na história e relatar um fato ocorrido no início do nosso relacionamento... A questão é que eu trouxe de uma viagem que fiz a Cuba em 2007 um charuto para o “futuro pai do meu filho”. E, quando ele veio em casa pela primeira vez, viu o charuto e eu disse: “esse é para o pai do meu filho”... Naquele momento ele não entendeu muito bem, mas expliquei: “o homem que for o pai do meu filho ganhará esse charuto”. Passado algum tempo, quando o relacionamento ainda não tinha “nome”, ele me ligou no meio da madrugada e disse “olha, se for pra fumar o charuto, estamos aí”, foi a declaração de amor mais linda que ouvi! Portanto, o presente que levei pra ele no aeroporto foi o charuto. Ele abriu, não entendeu muito e logo caiu a ficha. Ficou impactado com a notícia. Parecia feliz, porém preocupado, pois naquele período vivíamos algumas barras com relação a grana, etc... ele ainda estava a procura de trabalho no Paraná, enfim, a notícia foi uma bomba maravilhosamente bela. E o coitado chegou em casa, meus pais já estavam aqui... e ele, impactado. Talvez repleto de alegria e angustia. E o pileque do jantar do dia dos namorados foi o ultimo que pude desfrutar. E alegremente embarcamos na viajem da maternidade/paternidade...

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