quinta-feira, 10 de junho de 2010

... simples reflexões sobre a luta em defesa da Universidade Pública...

Hoje é o meu aspecto político que grita mais alto. Que bom. Que a política se torne inspiração e que eu possa mergulhar a fundo nesta maré inspiradora. Dependendo da conjuntura, quase impossível não falar de política. Dependendo da conjuntura, díficil falar de política. Do que estou falando? Ano de eleição e de copa do mundo é o tudo e o nada. Mas vou direto ao ponto: a importância da luta. Especificamente, tratarei aqui da luta em defesa da universidade pública. Na terça-feira (08/06/2010), sai da reunião sindical super preocupada, pois acabávamos de ter a notícia de que, no apagar das luzer, o reitor em exercício da UEL, possibilitou uma correria para empurrar a questão do ensino à distância também para graduação. Mais que isso, o PPI - Plano Pedagógico Instituicional, sofreu mudanças sérias e mostra, em suas entrelinhas, todos os principios da privatização da universidade pública. Reproduz de forma nua e crua os ditames do Banco Mundial. Votaram este documento de forma anti-democrática, coisa que tentaremos denunciar para a comunidade universitária e, quem sabe, rever. Hoje a nova reitora da UEL assumirá. Assumirá com uma batalha burocrática "ganha". Ganha no tapetão, mas ganha. Poderão dizer: foi a reitoria anterior que aprovou isso, só estamos implementando. Horrível isso. Mas não poderemos ficar calados. Temos que lutar e mostrar para a comunidade que o ensino à distância para a graduação é o fim da universidade pública. A luta pedirá persistência, pois muitos de nossos pares acreditam no "conto do EAD", outros estão inerte ao debate. Enfim, teremos que lutar por algo além da questão salarial. O movimento docente, deve, independente de tudo, lutar pela universidade pública.
Neste sentido, vale a pena relatar que ontem, quarta-feira (09/06/2010), vivi uma experiência interessante. Depois de um semestre de aulas com o Prof. Franciso de Oliveira, discutindo a mundialização do capital, a globalização e o neoliberalismo, pudemos fechar o curso em uma aula na ocupação da reitoria da USP. Uma ocupação de funcionários. Uma ocupação daqueles que mantém a estrutura da USP funcionando. Daqueles que cuidam dos jardins, da limpeza, das luzes, que apertam os botões. Que pegam o trem lotado nas periferias de São Paulo e vão trabalhar num espaço que seus filhos e netos não têm lugar. Por isso, entrar na ocupação trouxe-me uma emoção diferente. Uma ocupação de funcionários, decorrente de uma greve que os Docentes e os Estudantes na aderiram. Isso mexeu bastante comigo. Além destas sensações do tempo presente, entrar na ocupção me trouxe lembranças daquela energia estudantil que me movia. Das ocupações na reitoria da UNESP. Da garra, da coragem, da indgnação, sensações que temos nos melhores anos da vida. Sensações que são amadurecidas, ampliadas ou modificadas com o tempo. Entrei lá, com todo o respeito. Entrar lá, acompanhada do Prof. Chico de Oliveira, que é ainda um ícone da "esquerda" brasileira, foi emocionante. A aula do Chico foi linda... Alguns funcionários da USP participaram, alguns fizeram questionamentos interessantíssimos. Foi um momento único. Um momento que não se vive todo dia... Um momento que traz uma certa esperança, apesar da angústia do refluxo. Do refluxo dos movimentos, da manipulação, do aparelhamento, do ataque, da aparente morte da luta. Neste aspecto, podemos dizer: a luta está morta - a luta está viva. A luta está. É isso: a luta está! A luta não foi ou será. A luta está presente. A luta está pronta para mostrar-se. A luta está as vezes quietinha dormindo, outras vezes, está gritando acordada... E quem controla a luta? Quem a silencia ou a acorda? Os homens. Os homens controlam a luta. Os homens dão vida ou morte à luta. Temos que nos movimentar, pois a luta é instrumento e lutar é fazer história.

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