sexta-feira, 5 de março de 2010

Sampa, USP e eu...

A ultima vez que tentei postar algo aqui no blog, estava sentada embaixo de uma árvore, num lugar muito novo para mim: na USP! Lá, um turbilhão de pensamentos invadia minha mente. Por isso, escrevo aqui sobre Sampa, USP e eu...
A USP e seu universo, é para mim, a expressão do sentido estrito do termo universidade... Sim, podem dizer que o que tenho é um fetiche bobo... Eu digo isso para mim mesma o tempo todo. USP = fetiche da academia. Mas lá, andando por aqueles corredores, participando de um evento, observando a forma que aquelas pessoas interagem entre elas, interagem com a ciência, é algo encantador. Por isso, resolvi me dar este presente. Matriculei-me para fazer algumas disciplinas por lá. Me alimentarei um pouco daquela energia. Sair toda semana daqui para Sampa, será menos cansativo, que sair daqui para o interiorzão paulista. No ao passado eu precisava do acalento do pão de queijo comido na rodoviária de Franca. Este ano eu preciso da movimentação da maior cidade da América do sul. Agora toquei em um ponto complexo: São Paulo. Em São Paulo tudo acontece. Tudo de interessante, de diverso, de novidade. Tudo de cansativo, de contradição, de medo. Sempre digo que em São Paulo me sinto extremamente livre e, ao mesmo tempo, extremamente presa. Andar em Sampa, naqueles ônibus, trens, metrôs lotados. Observar pessoas. Observar olhares. Observar sinais. Este é meu exercício (quando o cansaço não me esgota)... Fico observando as pessoas. Fico observando lugares. E desta vez, fiz rotas por mim muito desconhecidas. Observei pela janela. E ficou claro a diferença da zona sul e da zona leste. Quando o ônibus sai da USP e faz um caminho pela paulista, só se vê pela janela belas ruas, jardins, casas, prédios. E, quando se chega na Paulista, parece que São Paulo é só aquilo. Diferente de andar na zona leste, nas periferias. Sempre que fui para Sampa, envolvi-me muito mais com a periferia que com a Paulista. Na Paulista sempre fui visitante de uma noite. Mas desta vez, foi diferente. Olhei da Paulista para a realidade da periferia. Como se pegasse um binóculo e ficasse olhando para os pontos mais pobres da cidade, em uma confortável sacada na zona sul. Saquei de forma diferente o que sempre soube. Talvez, estar no centro da vida universitária do país, trouxe-me certos pensamentos. Enfim, estar deslumbrada na USP, pesa um pouco, para mim, afinal de contas, sei que o deslumbre da USP e da Zona Sul de São Paulo, está bem distante da realidade vivida por aquelas pessoas que observo nas ruas de Sampa. Quando a academia estuda a vida real, é claro que se aproxima dos movimentos do real. Mas, há uma distância, e esta distância é grande.

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